A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo em manter, depois de cinco anos, a sentença da Juíza Patrícia Silva, que cassa o cargo de prefeito de Marquinhos do Povo e o deixa inelegível por cinco anos, vai refletir na eleição municipal deste ano e, mais uma vez, no destino político de Rancharia.

Marquinhos e sua obsessão em achar que a população não passa de um rebanho dócil diante das suas diabruras políticas poderá enfiar de vez o município em um buraco sem fim.

A condenação, mantida por colegiado do judiciário, é irreversível como penalidade política. No entanto, só se efetiva em transitado em julgado. Por isso, Marquinhos, com certeza, vai esgotar o último recurso junto ao STJ.

Se olharmos sob esse ângulo, ele poderá obter o direito de ser candidato, vencer, e depois, mais dia ou menos dia, ser cassado por acórdão do STJ.

Assume o vice, Stefano Reginato.

Hoje, é inegável a vantagem do populista Marquinhos do Povo sobre os “politicamente debilitados concorrentes” na eleição que se desenrola. A exceção é a candidata, ainda desconhecida, do PSOL, Rosana Moraes, que com sua tradição de luta – MST e FNL- Frente Nacional de Luta Campo e Cidade – possui projetos que combatem a arraigada elite política que domina o município.

A reeleição de Marquinhos, portanto, será um duro golpe na combalida Rancharia.

A outra hipótese vai depender da Justiça Eleitoral, que poderá impugnar o registro da candidatura de Marquinhos do Povo com base na lei 135/2010 (ficha limpa), que diz em um dos seus artigos: “os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público”.

A lei é clara!

Diz… transitado em julgado ou proferida (sentença) por órgão judicial colegiado.

O uso da conjunção “ou” define que é uma coisa ou outra. Ora! A sentença judicial colegiada foi proferida pelo TJ-SP.

Fim de papo!

O eleitor vai ter que pensar no ditado: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Marquinhos já governou Rancharia em dois mandatos (oito anos), acumulou três condenações por improbidade na primeira gestão e na atual tem 11 inquéritos abertos pelo MP para apurar possíveis irregularidades.

É chegada a hora de Marquinhos sair de cena do conturbado meio político do município. Seria um gesto altruísta de político que preza a ética e a legalidade. A história se incumbirá de definir os fatos polêmicos dos seus dois governos.

Um líder político verdadeiro jamais permitirá que seja apeado do poder, como poderá acontecer com Marquinhos do Povo.

Portanto, a dignidade política lhe oferece o caminho da renúncia e apoiar com seu prestígio alguém do seu entorno político para disputar a eleição deste ano.

O certo é que a política em Rancharia passa a se defrontar com uma sinuca de bico com a condenação de Marquinhos, mantida pelo TJ-SP.

Quem viver, verá!