SAÚDE
POR QUE SUS?
Depois dos 70 anos – tenho 76 – assumi, como jornalista, uma postura profissional a fim de dar voz a quem não tem na área da Saúde.
Passei uma vida sendo atendido por intermédio de Plano de Saúde.
Contrariando a minha família – filhos e irmãos – decidi usar o SUS durante minhas enfermidades, que são muitas, ainda mais na senilidade. Mesmo porque os planos de Saúde são impagáveis na terceira idade. Minha esposa continua sendo atendida por um deles.
A minha primeira experiência foi uma internação em dezembro de 2022 na ala SUS do hospital de Rancharia.
Não gostei do que vi e vivenciei.
Diante dos ouvidos moucos da diretoria do hospital de Rancharia representei ao Ministério Público depois de publicar no jornal os problemas no atendimento aos pacientes do SUS.
Há um ano e meio pedi ao MP a abertura de um inquérito, que anda a passos de tartaruga, mas anda. Acompanho mensalmente a evolução das investigações. Os autos estão recheados de insignificante troca de correspondência. A Justiça pede explicações sobre a denúncia e o hospital responde em ofício, sempre escamoteando a verdade.
Acabo divergindo das atitudes do promotor a quem cobro uma verificação “in loco” para comprovar o que denunciei. Chegamos à discussões ríspidas que deveríamos evitar. Mas, não renuncio às minhas convicções como jornalista.
Preciso fazer uma cirurgia e fui parar no Hospital Regional de Presidente Prudente, que atende exclusivamente o SUS, com pacientes egressos de 45 municípios da região que compõem uma das divisões da Secretaria Estadual de Saúde.
A instituição funciona como hospital escola da Unoeste, possui equipamentos de última geração e excelentes profissionais, tanto na área da enfermagem como na dos médicos.
No entanto, sofre com um gargalo provocado pela quantidade de pacientes da região que são transferidos de suas cidades. Por essa razão, o hospital está sempre lotado e os doentes são recebidos em macas nos corredores, local que apelidei de “Faixa de Gaza”.
Vou descrever em próximos artigos o que vi e senti. E sugerir uma solução, como sempre faço. Não adianta criticar somente por criticar. Sempre fui assim.
Isso vai me levar a algo que sempre denunciei em meus oito anos de Oeste Notícias, jornal de Presidente Prudente, onde fui editor.
Nessa época dei o nome de “ambulancioterapia”, um vício político que perdura até hoje e necessita de muita vontade de um gestor público para acabar com isso, já que vai enfrentar o lobby dos deputados que doam ambulâncias e as usam como arma política e prefeitos que, como Marquinhos do Povo, negam o uso para transferências hospitalares.
Muita água vai passar embaixo dessa ponte e todos os artigos serão enviados ao secretário Eleuses Paiva, com quem trabalhei durante 12 anos.
Para se ter uma ideia, depois de uma semana hospitalizado aguardando a
cirurgia, tive alta para ficar em casa, com agendamento garantido para mais uma semana, na próxima terça-feira.
A nova internação está marcada para as 16h do próximo domingo, dia 21/07.
Até lá vamos à escrita e leitura por aqui.